domingo, 21 de dezembro de 2014

Lembro-me bem do meu primeiro contato com a história e as obras de Salvador Dalí. 9 anos atrás, fazia um seminário sobre ele e, para a pesquisa, tinha em mãos um livro vermelho, capa dura, semelhante à barsa (os mais antigos saberão do que estou falando rs). Nele me mergulhei horas a fio, deleitando-me com as imagens, contornos, pinceladas, com a carga emocional e surreal desse gênio espanhol. A cada página virada, crescia a vontade de saber os porquês que os levaram a reproduzir isto ou aquilo. Diante de sua vida intensa, libidinosa e artista, Dalí foi me conquistando ferozmente. Olhava para cada expressão onírica e via ali um mergulho para a sedução adormecida.
Se eu o considero um louco?! Sim, mas não um louco incompreendido, chacoteado por leigos ou insensíveis. Considero-o intenso, alma profunda, ora obscura como os restos de ossos, chorume e carvão, ora claro como um céu feito mar de borboletas a bailar. Diante do seu excesso pornográfico, com formatos fálicos, ereções exibicionistas, musas e seus contornos sexuais, silhuetas quimicas, relógios persistentes, sapatos e mais sapatos, o jovem Dalí se encontra e produz seu auto retrato, produz sua personagem, usufruindo da sexualidade, da ressurreição e da dramatização da carne. Decomposição de corpos, uma instabilidade extraplana, até um ar mórbido e grotesco me acompanhou por entre os corredores da exposição. O que tenho é muito pouco sobre seu surrealismo, sou apenas voyer de suas expressões idílicas e explosivas. Sei míseros detalhes de sua história, mas sinto muito ao ver cada conceito de seus espectros magnânimos.
Nos veremos brevemente em Barcelona, onde poderei me deliciar de suas obras fixas e mergulhar em cada perímetro de sua memória.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Está ali.
É ele!
Não, não é.
Ele não quer.
Sabe como é.
Dois não existe sem um um

E aquele?
Ah, aquele não
Por que não?
Oras, por que não.
Não, não é resposta.
Mais um ditado em vão?
Não é em vão.
Mas por que não?

Por que não quero.
Oh quadrilha de Drummond
Fulano que amava ciclano que não amava ninguém
Ninguém sofreu de danos e todo mundo partiu além

Gil vicente entrou na roda?
Para de voltar pela história
Foca aqui.
Mas não há aqui...

Existe apenas um lugar onde quem eu quero não me quer
e quem me quer, pergunto-me, por que me quer.
Pois é.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

  A arte de começar um texto, fazer um capítulo e travar no próximo. Como digito, não há folhas amassadas por ai, há coleções de trechos inacabados em um rascunho esquecido. E infelizmente, não se volta ao sentimento daquele dia, daquela madrugada, daquela lágrima. Teria como reciclar fragmentos de ideias, suspiros profundos, traduzidos em dedos epiléticos e reflexões fugazes?
  Responda-me se for capaz. 
  No momento, percebo que em doses homeopáticas, transfiro minha coragem a tantos olhares, a tantas faces e faces e me deparo, principalmente, com a minha autoavaliação e com meus próprios nãos. 
  Espero um dia libertar de todos eles, ou nem todos, ou somente o bastante para expor meu clamor.
Pratique a arte do pensamento e escute cada ruido do seu coração. A mente grita junto á procura de respostas. E onde elas estão? Nas tentativas, nos erros e nos acertos, nas somas de nossas experiências? Nas estratégias, dos planos de sentir segura, saber onde, como e com quem está lidando? 
"Eu só não quero me magoar", disse aquela garota que já estava cansada de quases, metades e reticências, de lágrimas vazias e silenciosas pelas medrugadas, de escudos, de muralhas, de viver acuada, de mostrar uma onça experiente e ser apenas um filhote deixado prematuramente na floresta de pedra.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

"O homem nasce bom, a sociedade o corrompe". Começarei dessa frase, pois á medida que vou analisando as coisas, vejo que Rousseau estava certo. Creio eu que, ao dizer sociedade, o filósofo quis abranger todas as corrupções. Eu, já penso em abrir essa sociedade no aspecto romântico, dos relacionamentos. Será que aquela menina/ mulher que pisa, trata mal corrompe aquele menino carinhoso, atencioso e ideal? Será que aquele cafajeste, que não tá nem ai para os sentimentos de uma menina sonhadora e amável tbm a corrompe? Estamos sujeitos a diversas corrupções. Talvez a lei da natureza nos faz ser mais rígidos perante aos sentimentos, depois de tantos tapas na cara. Não é minha intenção culpar o homem que tanto amei, que tanto me fez sofrer e jogou meus sentimentos no lixo, a me transformar nessa caçadora de prazer, nessa fera que esconde o medo de amar e sofrer novamente, mas que ele tem uma parcela de culpa, ahh isso tem.
Vejo meninos se declarando, sendo extremamente fofos e a sociedade/ mulheres exigindo deles que sejam cafajestes, garanhões, que não procurem, nem liguei no dia seguinte. Confesso que até eu sou uma dessas que enjoa ao ver um homem aos meus pés, quando se trata de desafio. Mas pensando bem, poxa, é lindo ver um menino se permitindo em mostrar seus sentimentos sem medo de ser feliz, embora, ache que ainda seja necessária cautela. Geralmente, vemos mais meninas sofrendo, morrendo e respirando de amor não correspondido, contudo, há tbm o outro lado da moeda. Somos sofredores, somos masoquistas em busca de um sossego, tornamo-nos animais acuados, que desconfiam de um carinho, de uma palavra verdadeira, de um "Bom dia, boa tarde, boa noite, como foi seu dia?" sem que haja algum interesse por trás ou sem que haja prazo determinado. Tornamo-nos seres medrosos, pois sabemos a dor de um balde de água fria. E cá, paro e me lembro daquela frase: "Não devemos estragar um amor presente por conta do passado." Sim, essa é a melhor forma de viver, porém, inevitavelmente, somos parcelas do nosso passado, somos pedaços de nossas convivências, e são as experiências sejam elas boas ou ruins, que arquivamos em busca de um "novo". A questão seria arriscar mesmo assim? Esquecer o passado? Não, esquecer aniquila tdo sem nenhuma limitação e sempre devemos tirar algo bom das coisas. Então devemos apanhar, continuar apanhando, pisar e sermos pisados? Parei e vi que não tenho respostas...Talvez se permitir em ser quando acha que deve, quando ver reciprocidade. A vida está rodeada de testes, e cabe a nós decidir se vale arriscar ou não...As que arriscam, erram muito, de fato; mas pelo menos vivem. 
Deixe-se viver...

terça-feira, 3 de junho de 2014

Tantas questões a serem discutidas, que chega a ser dificil pautar e enumerar qual é a mais importante.
A casa está bagunçada, eu sei, e pior, a sujeira está sendo varrida para debaixo do tapete, pois a lei do momento é aproveitarrrrrr. Estravasar ao máximo, fazer coisas que dificilmente farei futuramente,
embora também tenha que me envolver com questões do coração e da mente e praticar o ato do pensamento. Por conta disso, paro e contesto: até que ponto devemos confiar nas pessoas? Será que temos que sempre confiar, desconfiando? Eu não entendo essa segunda conduta, mas também não me permito mais uma vez me jogar em uma psicina de 5 metros de profundidade SEM água. De agora em diante, além de um pé atrás, estarão os dois, estarão tbm os membros superiores e toda a observação do mundo diante de tantas máscaras, condutas ruins que estão por ai.
Pessoas boas devem estar protegidas,
Tempos atrás me intitulei como ingênua, daquelas que acredita em tudo que dizem até provarem ao contrário. Eu não entendia muito bem quando minha mãe dizia que nesse mundo em que vivemos, devemos ser hipócritas, e que eu não sabia ser. No entanto, perante a tanta sacanagem e maldade, vejo que por mais que vc seja bom, proteja-se, preserve-se e seja forte para viver nesse campo minado. Quando souber de alguma passagem para outro mundo, é pra lá que eu vou! Não sou daqui e como é difícil se adaptar em meio a tantas crueldades a bel prazer.
Me adaptei na efemeridade, na mutabilidade e na volubilidade, mas viver de quase, metade e reticências, também cansa. Ser mestra na arte dos jogos da sedução, ser lúdica e criativa, manipular palavras em busca do ser almejado é ótimo, mas ser ou mostrar só isso tem se tornando tão superficial, a ponto de me preocupar se minha vida tbm será assim. Nunca fui rasa, gosto de personagens esféricos, complexos, mas e o medo? Esse medo que não me permite ir a fundo nas relações, dar o melhor de mim, o que melhor que posso ser, o além do que pareço ser. Estou casada, cansada de me segurar em artimanhas, prazeres momentâneos e passageiros. Posso estar cansada em escrever sobre, afinal sei bem que posso amanha escrever tudo ao contrário e me parabenizar por agir assim. Mas uma coisa é certa: a vida precisa de equilíbrio e eu só queria um amor para aprofundar, que me permitisse ser quem eu sou em meio a essas milhões que posso ser. 
Vivemos em um mundo em que as pessoas vivem em defesa, recuadas, com escudos e muralhas em torno de si. Defendem como podem. Umas utilizam a agressão como forma de defesa, outros preferem sair por cima a todo custo, uns privilegiam o silêncio ou a tangente. Devem existir outros escudos espalhados por aí. A arma não é e nunca foi a melhor defesa ao meu ver. Prefiro o silêncio, tentar não me rebaixar perante ás injustiças ou julgamentos sem fundamentos. Se eles doem?! É claro que doem, mas se eu me manifestar, explodindo minha indignação, estarei dando créditos ao agressor. A verdade é que todos irão te machucar, resta saber se vale a pena sofrer e como vc reage perante ás adversidades. Afinal, o controle mental e corporal próprios só dependem de vc! 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Já faz tempo, eu sei. 
Fiz um trato comigo.
Trata-se em guardar da forma mais carinhosa possível, nosso momento.
Ele está aqui, com uma força fora do comum.
Não sei até quando, mas está.

Sinto sua pele, sinto seu beijo, sinto sua barba
Vejo teu olhar, vejo teu andar, teu modo de falar.
Estás aqui
Sim.
Ainda estás em mim.

Trato é trato.
Eu juro "a minha vida" pelo que o que sinto é doce, intenso.
Eu peço "pela minha vida" que o fim ainda não esteja próximo.
Eu sinto, eu vejo, eu quero, eu desejo.

Há interesse mútuo?
Droga, o trato que fiz foi comigo...E essa pergunta não poderei nem saberei responder.

A vida segue.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Graças a minha introspecção profunda, pude visualizar o mundo de várias formas, cujas respostas já foram as mais diversas. Pelo mundo afora vi o amor e a falta dele, vi a luz e a falta dela, e me pergunto se a análise é tão profunda quanto eu.

Merece continuação.

Como seria falar do amor como nunca alguém falou? Como seria imaginar uma paisagem para estar com o ser amado como nunca alguém imaginou?
Sou e(x)(s)pectadora de filmes de comédias românticas,os quais muitos acham que ao "torcer" sairá um melaço enjoativo e um fim bem previsível. Não chego a discordar, afinal a ideia de diretores é mostrar que o amor ainda existe e, se não, ele tem que existir.Não falo de príncipes encantados nem princesas, pois estes são idealizados e sabemos que na vida real ninguém é perfeito, apenas quando amamos, passamos a enxergar somente as perfeições e respeitar as imperfeições do amado. Isso então seria uma pseudoperfeição, atributo que já é o bastante para nós, meros mortais.

Engraçado ler textos que escrevi antes de passar! rs

Hoje,subitamente, fiz uma pergunta a mim mesma: "porque deveria me envergonhar por não desistir do meu maior sonho depois de tantos anos? Sabe, confesso que me sinto mal em não ter uma resposta positiva quando me encontram pela rua e me veem na mesma situação, mas ao mesmo tempo, sinto-me forte por ter aguentado estar nessa mesma situação...De certa forma, não é a mesma, pois ao longo do meu processo de busca pensei,agi diferente, busquei outras vias de aprendizagem, conheci pessoas totalmente maravilhosas e singulares, deixei um pouco de mim nelas e elas em mim...Enxerguei soluções onde só via problemas e passei  horas felizes ao saber de uma simples resolução. Aprimorei minhas palavras que, diga-se de passagem, sempre me acompanharam a fazer meu pai pensar que seria uma jornalista por amar as letras, mas também aprimorei meus desenhos, minha calma e tranquilidade que, diga-se de passagem sempre estiveram comigo não nas paredes, pois meus pais sempre foram rígidos quanto a isso, mas nunca me esquecerei quando ganhei meu primeiro estojinho de tinta e até hoje meus olhos brilham pelos lápis de cores a fazer minha maravilhosa mãe dizer: siga seu dom, desenhe mundo afora.
Mas e o que penso de mim mesma? Sempre amei a profissão médico, sempre amei ajudar, amo o branco, amo a biologia, amo a química...ahh a química. De certa forma, é um poder que quero ter,em ajudar as pessoas, cuidar e até curar. A sensação de agradecimento ou a visão de uma vida salva, uma vida renovada e criada, causa em mim um alvoroço mesmo ainda não exercendo a tão sonhada profissão.

Desabafo de um dia qualquer.

Eu definitivamente não nasci nesse mundo em que as pessoas desejam o mal das outras, inventam histórias somente para ver outras sofrendo ao serem julgadas por uma coisa que não fizeram.
É realmente angustiante ser julgado por algo que você não fez.
Como eu digo, é mais fácil fazer pois, assim serei julgada por algo que fiz e não fiz. Julgue com gosto, julgue com propriedade e com a cabeça erguida direi: Sim, você está certo.
Não estou preparada pro mundo. Ele é assim tão cruel, rodeado de pessoas falsas, frias, vorazes.

Procurando novas estações, novos planetas. Por que esse em que vivo não é pra mim!


Com algumas adaptações de gênero e artigos,apropriei-me dessas palavras. 

'Você é uma vagabunda, ordinária'

Obrigada.
'Você não é a mesma em todos os lugares'
Não sou mesmo, você é?

Não importa o que digam, eu sou eu.
Não importa ser um nada, por enquanto.
Um dia as coisas vão mudar.
Seriamente.
Você vai ver, vai perceber.


Você não é a mesma em todos os lugares.

Não sou mesmo,você é?

Sou,quer dizer,não,mas tento ser...


Ahh, nesse vai e vem de sou e não sou, você já confirmou que não é. E agradeça por isso!

Seja um camaleão, adapte-se ao meio. Utilize o formal, informal, coloquial, chulo nas horas certas.
Possua posturas, intonações, risadas, olhares, respostas e agradecimentos.
Aquele que diz que és o mesmo sempre, desculpa, isso é impossível!



Preocupados, vivemos.Corremos estagnados contra o tempo e nem permitimos que este nos dê tempo ao tempo nos momentos.
As coisas acontecem em frações de ações e quando percebemos tudo já passou. Bom, se formos reparar o presente não existe, pois o que se fala já virou passado. Vivemos de memórias, de fragmentos que nos unem por meios fenomenais e/ou numênicos. E partindo dessas sensações, agradeço. Sim, agradeço, por ter retinas de criança ou de um pré-socrático e me permitir a viver as mais genuínas felicidades, as nuances, os detalhes. O pouco muito se faz de um todo.
Hoje, com uma maravilhosa companhia, descobri jardins secretos, fluxos densos de pensamentos e senti a toalha posta sobre a grama de pura retórica e conexão.
Obrigada pelo dia, pelos jardins, pela música, pela descoberta de temakis e milk shakes haha...e foi muito GOLPE BAIXO me dar um livro inesperado! Já tinha me cativado, massss um livro sempre é um livro hahaha =P
Rumo a mais artes, MASP nos espera! *.*
O que se dissipou, não era poesia
Que se partiu, cristal não era
Pensando em doce, um amargo deixou
Pelos montes de areia seca procuro pelo seu mar...
não há estrelas, nem muito menos lua
Queria tanto ser sua...
Hoje vim falar de vc
Aliás de nós
Não, não...
Vou falar o que queria tanto nesse momento.

Queria apenas o seu abraço
Queria que vc deitasse em meu colo
e minhas mãos como um ímã, em segundos, estaria acariciando sua barba negra
seu cabelo macio

Hoje eu queria vc aqui comigo
Ouvir sua respiração contra meu peito
E me dizendo coisas que só vc sabe dizer

Hoje eu queria te encontrar de qualquer jeito
Deitar em seu peito
Sentir-me protegida
Hoje
Amanhã
E depois
depois
depois
e depois

Lambeie minha cor, meu sabor.
Insira suas aptidões em mim.
Quente está, quentes estamos.

Suspiros a canibalizar.
Zooformas a se desesperar.
Que delícia é te encontrar
Nesses espirais de prazer.

Logo após a não aguentar.
O mastro me espera a navegar.
Venha, mostre- me o mar
O oceano de gozo lambuzado de satisfação.
Acariciando minhas entranhas cheias de vãos.

Que vontade é essa que se esvai por entre meus dedos e toma vida?
Que seres são esses que caminham por entre minhas sinapses e vão ao encontro do meu teclado?
Que calor insano é esse que precisa ser liberado?

Eu juro que tudo é tentativa.
E se confesso, não existem segredos.
Estou tão sublime.

Tão subliminar em meus anseios.
Escrevo.Sinto.Vejo.
O limite é um convite para ir além do estabelecido.

A ansiedade está sedenta e faminta, mas não vou suprí-la.
Só os meus olhos podem ir e vir.
Só as minhas ações podem trazer as boas estações.


Recomposição de corpos

Cobiço seus olhares, desejo sua boca, lamber seu céu da boca e 

de suas nuvens provocar chuva.

Que sublime desejar-te é.

Sim, a construção da ação mor ficará para o fim.
A intenção é respirar florescentemente.
Compor o corpo, os objetos em sua função, sejam eles os olhos, os lábios, a línuga ou as mãos.

Sorrir pelo ângulo da malícia e mergulhar mais uma vez nesse olhar que suga minhas roupas, que lava minha alma

Salpicar e aspergir de solução libidinal os corredores, portas e 

janelas.

Suspiros concedidos e permitir que a cortina e os lençóis nos 

envolvam de espasmos.

Pegar em um objeto rijo e amaciá-lo com a cor.

No balançar dos meus e na pressão dos teus, apetitosamente, 

embalar-mos em uma dança de quadris.

Rasgar com a boca macia uma página fria e estrategicamente 

aberta.

Devorar cada palavra caliente. Entregar-se nas pausas, nos 

espaços torturantes.

Ficar ali resistente. Firme. Conter. Não conter.

Arrancar ao meu sexo de ler a palavra que te quer, te deseja, te 

almeja.

Em soluços incessantes, soprar para dentro de ti odores e sabores 

até que enfim a dor alegre recomece.





terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Doce ilusão de que tenho controle das coisas quando se tratam de vc.
Nesse mundo desatino, a nova rima não me encontrou.
Sinto-me muda pro mundo, mas grito, esguelo dentro de mim. Aqui.
Tentando respirar, tentando sair do mar.
Vc, onda, me arrasta e eu sem pensar, já estou a me afogar.

Quero me convencer de que não preciso de vc
Respirar enfim e permitir que minha vida aconteça.

Engraçado pois eu estava bem.
Fechava os olhos e não me vinha á cabeça seus olhos, sua boca, sua barba, suas mãos, o infinito da sua presença...
E conseguia ouvir todas as músicas que guardei pra vc sem problemas.

Mass nãooo...
Cá estou tendo que liberar em palavras a ferida que vc fez questão de abrir.

Não quero deixar a porta aberta se sua intenção é bagunçar tudo de novo e sair de fininho.


Poesia que não tem fim

Você me deixa vermelha. Seus olhos me chupam e me desnudam, mas não me sinto mal, pelo contrário, gosto quando me deseja assim. Fico vermelha com sua barba roçando em mim. Aquele arrepio me visita e toda a saudade de te ter aqui é esquecida, pois só penso em nós a sós. Nossos corpos se atraem de uma forma que não sei explicar. Seus olhos, seus lábios, seus braços a me fagocitar. Sua barba pinicando minhas costas, suspiros a continuar ... ... ... ... 
Poesia que não tem fim.
Fico pensando como será daqui a alguns anos.
De como lidaremos com essa história, se ela realmente ficou no passado.
Machuca, sabe.
Machuca saber que fomos revirar aquela "caixinha de coisas para lembrar" e que de lá só saiu vontade insaciada, discussões mal resolvidas e atitudes infantis.

Ás vezes desejamos resgatar uma lembrança boa, continuar de onde paramos, mas esquecemos que junto disso vem todas as sombras.

Acho que agora entendo com propriedade que o que passou deve ficar no passado e nada mais!

Desculpe pelo excesso da palavra "passado". É apenas uma tentativa de adestrar meu pensamento que adora entrar em uma máquina do tempo.
Engraçado como vc aparece do nada e do nada revira minha vida.
Do nada traz sentimentos adormecidos.
Do nada vem com essa ideia de nós, montado na fênix.
Do nada bagunça a casa que tava quase arrumada.
Do nada, deixa-me no nada de novo e se vai.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Era para estar aqui antes, mas sabe como são as coisas.
Sou fragmentária e a lei é sentir. 
Histórias vem e vão.
Lembranças, não.

O balanço do novo acaricia meu rosto
Intensa estou, intensos estamos.
Talvez seja por conta das férias
Do início de um novo caminhar 

Da ansiedade querendo me sugar 
E eu, não permitindo essa atenção
Me desviando dessa entrona 
E me ocupando com prazer.

Não pretendo rimar, apenas dizer
Dizer é pouco, mas por ora é muito

Não pretendo nem métrica, 
Não pretendo mordaças 
Quero sensações que me retirem de todo o caos da prisão.

É isso que pretendo, é isso que quero, é isso que terei.
Até um fim surpreendente, pouco importa.

Se o durante me abraça, pra que saber do futuro?
O presente é uma dádiva, e só agora eu sei

Nunca é tarde, não me matarei por saber só agora.
Saiba também você!